Hoje em meu trabalho me encontrei envolvido em uma tempestade de verão, muita água e vento forte, combinação esta que rapidamente alagou as nossas ruas. Situações que levam o sofrimento as pessoas que menos têm, com moradia e urbanização precárias.
Não devemos nos surpreender com a volta das epidemias, na medida em que estas são um claro reflexo do quadro precário das condições de vida e de saúde. Não é preciso falar dos problemas do sistema de saúde pública, do precário atendimento e das dificuldades de acesso aos serviços de saúde, pela população de baixa renda.
O impacto das enchentes e da falta de saneamento básico, um problema que parece não ter fim nas nossas cidades, se mede pelo aumento dos casos de sarampo e leptospirose.
Os riscos socioambientais se acentuam em virtude da urbanização predatória e seus reflexos: aumentos das enchentes, problemas cada vez mais complexos na gestão dos resíduos sólidos e a interferência crescente do seu despejo inadequado em nosso meio ambiente, e impactos cada vez maiores da poluição do ar na saúde da população.
O que deve ser ressaltado é que a dinâmica de urbanização existente, marcada pela segregação social, exclui a população de baixa renda do acesso aos serviços urbanos básicos. No caso de nossas grandes cidades, cujos favelados representam hoje 20% da população, a precarização das condições de vida se mede pela falta de condições de saneamento, pela localização das moradias em áreas irregulares e impróprias, como encostas, várzeas, córregos e nascentes contaminadas.
O reflexo disso é a multiplicação dos dramas cotidianos que são mostrados pelos meios de comunicação. A população mais afetada pelas epidemias é a mesma que não tem acesso garantido à água potável, à rede de esgotos, e à coleta de resíduos sólidos. E é a mesma população que frequentemente mora próxima ao lixões, e em locais sujeitos a enchentes. Os problemas de saúde dos moradores dos bairros de periferia e das favelas têm a ver com a presença de insetos e roedores no seu entorno, com a falta de serviços de infra-estrutura de saneamento básico, o que faz com que o lixo se acumule nas ruas e os esgotos corram em canaletas a céu aberto.
Os mais pobres dentre os pobres são as grandes vítimas desse quadro que se mostra cada vez mais preocupante. E nesse sentido também deve ser ressaltado o impacto decorrente da lentidão do poder público na resolução do problema das enchentes que atualmente desorganizam a vida de milhares de pessoas, colocando-as em risco por causa da invasão das águas.
É preciso que além da resposta pública também haja uma resposta da cidadania, engajando-se e exigindo espaços de co-responsabilidade e de participação que reconheçam os direitos dos cidadãos, assim como reforcem laços de solidariedade num contexto de crescente pressão social.
Fiquem com Deus e tenham uma ótima semana, um grande abraço, Alex.
Obrigado por partilhar meu grande amigo esta postagem que retrata uma triste realidade e que faço este destaque de sua belíssima conclusão bem assim: "É preciso que além da resposta pública também haja uma resposta da cidadania, engajando-se e exigindo espaços de co-responsabilidade e de participação que reconheçam os direitos dos cidadãos, assim como reforcem laços de solidariedade num contexto de crescente pressão social.
ResponderExcluirFiquem com Deus e tenham uma ótima semana, um grande abraço, Alex."